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terça-feira, 22 de abril de 2014

Ogum o Orixa Guerreiro.

O Deus da Guerra

Ogum é o Deus da guerra. O seu nome significa luta, briga, batalha. Filho de Yemanjá, irmão de Exu e Oxossi. Ogum era um caçador tranquilo, até que um dia ao voltar da sua caçada vui a sua casa e a sua família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a sua casa em chamas e os seus entes queridos pedindo socorro, Ogum encheu-se de ira e, sozinho, cheio de ódio aniquilou todos os agressores. A partir desse momento Ogum ensinou o irmão Oxossi na arte da caça, despediu-se dele e da mãe e partiu pelo mundo, com o objectivo de vencer e conquistar.
 Deus da guerra, imagem ou arquétipo do soldado, Ogum é também o deus do ferro, da metalurgia. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por consequência) em seu trabalho : agricultores, caçadores, açougueiros, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, militares escultores e outros que se juntaram ao grupo desde o inicio do seculo; mecânico e motoristas; estão sintonizados com a energia de Ogum. 
                 Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. 
                 Orixá de personalidade violento, obstinado, constante, viril, disciplinado, quando não rígida  historicamente, teria sido o filho mais velho de Odudua, o fundadora de ifé, usando o titulo de Oniré (Rei de Irê), por se apossar da cidade de Irê, matando seu rei, usava um diadema, chamada akoró, e isso lhe valeu ser saudado, até hoje, sob os nomes de Ogún, Oniré e Ogum Alaàkoró, inclusive no Brasil, trazidos pelos descendentes dos Yorubás.
                    Ogum é unico, mas, em Irê, diz-se que ele é composto de sete partes. Ogum Mejeje Loode Iré, frase que faz alusão as sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiram em volta de Irê. O numero 7 é associado a Ogum e ele é representado nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em número de 7, 14 ou 21, pendurados numa haste horizontal, também de ferro : lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de sus atividades. 
  
 Qualidades
 Ogum-Já ---> Fundamento com Oxalá, Oxaguiã, Iemanjá e Oxum
Ogum-Ajá ---> Fundamento com Obaluaiyé e Sakapta
Ogum-Naruê ---> Fundamento com Oxum Caré
Ogum-Alé ---> Fundamento com Oxum Opará
Ogum-Wári ---> Fundamento com Exú e Oxóssi
Ogum-Dagolonakólá --->Fundamento com Exú e Obaluaiyé
Ogum-Meje ---> Fundamento com Iansã e Ossaim
Ogum-Biole ---> Fundamento com Oxalufã
Ogum-Onije ---> Fundamento com Omulú
Ogum-Lebédé ---> Fundamento com Exú e Xangô
Ogum-Obefarán ---> Fundamento com Exú e Oxóssi
Ogum-To ---> Não tem fundamento com outros Orixás
Ogum-Sorokê ---> Fundamento com Exú e Omulú (se veste com mariwo)
Ogum-Sogún ---> Seis meses Exú e seis meses Ogum
 ○Símbolos - Ferramentas em forma de leque, representando os 7 caminhos, e pás, ancinho, enxada, foice, picareta, martelo, espada, bigorna e todas as ferramentas de agricultura e de guerra feitas em aço e ferro. 
○Dia da semana - Terça-feira
○Dia do ano - 23 de Abril (RJ) / 20 de Janeiro (BH) 
○Sincretismo - São Jorge (RJ) / São Sebastião e Santo Antônio (BH)
○Elemento - Fogo
○Reino Vegetal - Ervas, frutas (manga espada, banana, cebola,etc), flores (crista de galo, palmas vermelhas)
○Reino Animal - Cavalo, cavalo marinho, cachorro e gavião
○Odu principal - 3 Eta Ogunda
○ Cores - Azul royal e branco
○Armas - Escudo e espada
○Cristal - Lapis Lazuli
○Kisilas (problemas com) -Alguns crustáceos, cajá e quiabo

○Saudação - Patakory Ogum
   


Ogum mata seus súditos e é transformado em orixá.


Ogum, filho de Odudua, sempre guerreava, trazendo o fruto da vitória para o reino de seu pai. Amante da liberdade das aventuras amorosas, foi com uma mulher chamada Ojá que Ogum teve seu filho Oxossi. Depois amou Oiá, Oxum e Obá, as três mulheres de seu rival, Xangô. Ogum seguiu lutando e tomou para si a coroa de Irê, que na época era composto de sete aldeias. Era conhecido como o Onirê, o rei de Irê, deixando depois o trono para seu próprio filho.
Ogum era rei de Irê, Oni Ire, Ogum Onirê. Ogum usava a coroa sem franjas chamada acorô. Por isso também era chamado de Ogum Alacorô. Conta-se que, tendo partido para a guerra, Ogum retornou a Ire depois de muito tempo. Chegou num dia em que se realizava um ritual sagrado. A cerimônia exigia a guarda do silêncio total. Ninguém podia falar com ninguém. Ninguém podia dirigir o olhar para ninguém.
Ogum sentia sede e fome, mas ninguém o atendia. Ninguém o ouvia, ninguém falava com ele. Ogum pensou que não havia sido reconhecido. Ogum sentiu-se desprezado. Depois de ter vencido a guerra, sua cidade não o recebia. Ele, o rei de Ire! Não reconhecido por sua própria gente! Humilhado e enfurecido, Ogum, com sua espada em punho, pôs a destruir tudo e a todos. Cortou a cabeça de seus súditos. Ogum lavou-se com sangue. Ogum estava vingado. Então a cerimônia religiosa terminou e com ela a imposição de silêncio foi suspensa.
Imediatamente o filho de Ogum, acompanhado por um grupo de súditos, ilustres homens salvos da matança, veio à procura do pai. Eles renderam as homenagens devidas ao rei e ao grande guerreiro Ogum. Saciaram sua fome e sua sede. Vestiram Ogum com roupas novas, cantaram e dançaram para ele. Mas Ogum estava inconsolável. Havia matado os habitantes de sua cidade. Não se dera conta das regras de uma cerimônia tão importante para todo o reino. Ogum sentia que já não podia ser o rei. E Ogum estava arrependido de sua intolerância, envergonhado por tamanha precipitação. Ogum fustigou-se dia e noite em autopunição.
Não tinha medida o seu tormento, nem havia possibilidade de autocompaixão. Ogum então enfiou sua espada no chão e num átimo de segundo a terra se abriu e ele foi tragado solo abaixo. Ogum estava no Orum, o céu dos deuses. Não era mais humano. Tornara-se um orixá.

Ogum dá aos homens o segredo do ferro.


Na Terra criada por Obatalá, em Ifé, os orixás e os seres humanos trabalhavam e viviam em igualdade. Todos caçavam e plantavam usando frágeis instrumentos feitos de madeira, pedra ou metal mole, por isso o trabalho exigia grande esforço.
Com o aumento da população de Ifé, a comida andava escassa, era necessário plantar uma área maior. Os orixás então se reuniram para decidir como fariam para remover as árvores do terreno e aumentar a área da lavoura.
Ossaim, o orixá da medicina, dispôs-se a ir primeiro e limpar o terreno, mas seu facão era de metal mole e ele não foi bem sucedido. Do mesmo modo que Ossaim, todos os outros orixás tentaram um por um e fracassaram na tarefa de limpar o terreno para o plantio.
Ogum, que conhecia o segredo do ferro, não tinha dito nada até então, quando todos os outros orixás tinham fracassado, Ogum pegou seu facão, de ferro, foi até a mata e limpou o terreno. Os orixá, admirados, perguntaram a Ogum de que material era feito tão resistente facão, Ogum respondeu que era de ferro, um segredo recebido de Orunmilá.
Os orixás invejavam Ogum pelos benefícios que o ferro trazia, não só à agricultura, mas como à caça e até mesmo à guerra. Por muito tempo os orixás importunaram Ogum para saber do segredo do ferro, mas ele mantinha o segredo só para si.
Os orixás decidiram então oferecer-lhe o reinado em troca de que ele lhes ensinasse tudo sobre aquele metal tão resistente, Ogum aceitou a proposta. Os humanos também vieram a Ogum pedir-lhe o conhecimento do ferro, e Ogum lhes deu o conhecimento da forja, até o dia em que todo caçador e todo guerreiro tiveram suas lanças de ferro.
Mas, apesar de Ogum ter aceitado o comando dos orixás, antes de mais nada ele era um caçador, certa ocasião, saiu para caçar e passou muitos dias fora numa difícil temporada, quando voltou da mata, estava sujo e maltrapilho. Os orixás não gostaram de ver seu líder naquele estado, eles o desprezaram e decidiram destituí-lo do reinado.
Ogum se decepcionou com os orixás, pois, quando precisaram dele para o segredo da forja, eles o fizeram rei e agora dizem que não era digno de governá-los, então Ogum banhou-se, vestiu-se com folhas de palmeira desfiadas, pegou suas armas e partiu, num lugar distante chamado Irê, construiu uma casa embaixo da árvore de acocô e lá permaneceu.
Os humanos que receberam de Ogum o segredo do ferro não o esqueceram. Todo mês de dezembro, celebram a festa de Iudê-Ogum. Caçadores, guerreiros, ferreiros e muitos outros fazem sacrifíciosem memória de Ogum. Ogum é o senhor do ferro para sempre.


Orixá Ocô cria a agricultura com ajuda de Ogum. 

No princípio, havia um homem que se chamava Ocô, mas Ocô não fazia nada o dia todo, não havia o que fazer, simplesmente. Quando os alimentos na Terra escassearam, Olorum encarregou Ocô de fazer plantações, que plantassem inhame, pimenta, feijão e tudo mais que os homens comem.
Ocô gostou de sua missão, ficou todo orgulhosos, mas não tinha a menor idéia de como executá-la, até que viu, debaixo de uma palmeira, um rapaz que brincava na terra, com um graveto ele revolvia a terra e cavava mais fundo, Ocô quis saber o que fazia o rapaz. “Preparando a terra para plantar, para plantar as sementes que darão as plantas”, explicou o rapaz de pele reluzente. “Que sementes, se nem plantas ainda há?”, perguntou, incrédulo, Ocô. “Nada é impossível para Olodumare”, foi a resposta.
Começaram então a cavar juntos a terra, o graveto que usavam como ferramenta quebrou-se e passaram então a usar lascas de pedra, o trabalho, entretanto, não rendia e Ocô saiu a procura de alguma maneira mais prática.
Outro dia, quando Ocô voltou sem solução, o rapaz tinha feito fogo, protegendo-o com lascas de pedra, viram então que a pedra se derretia no fogo. A pedra líquida escorria em filetes que se solidificavam. “Que ótimo instrumento para cavar!”, descobriu efusivamente o inventivo rapaz. Ele pôde então usar o fogo e fazer lâminas daquela pedra, e modelar objetos cortantes e ferramentas pontiagudas.
Ele fez a enxada, a foice e fez a faca e a espada e tudo o mais que desde então o homem faz de ferro para transformar a natureza e sobreviver. O rapaz era Ogum, o orixá do ferro. Juntos resolveram a terra e plantaram e os alimentos foram abundantes.
E a humanidade aprendeu a plantar com eles, cada família fez a sua plantação, sua fazenda, e na Terra não mais se padeceu de fome, e Ocô foi festejando como Orixá Ocô, o Orixá da Fazenda, da plantação, pois fazenda é o significado do nome Ocô.
E Ogum e Orixá Ocô foram homenageados e receberam sacrifícios como os patronos da agricultura, pois eles ensinaram o homem a plantar e assim superar a escassez de alimentos e derrotar a fome.


  Para obter uma graça qualquer
 do Orixá Ogun.



 1 inhame-do-norte cozido; arroz cru; ori-da-costa; azeite de
dendê; mel de abelhas; melado de cana; 7 pimentas ataré e gin. Amassa-se o inhame cozido e mistura-se a massa
obtida com o ori-da-costa e o arroz. Com esta massa, preparam-se, modelando-se com as mãos, 7 bolas que, depois
de prontas, serão arrumadas num alguidar de barro onde já se colocou o milho torrado. Acrescenta-se os demais
ingredientes e oferece-se a Ogun, diante de seu igbá onde deverá permanecer por sete dias. Despacha-se na mata.
- Para apaziguar Ogun. Para acalmar a ira deste Orixá, basta oferecer-lhe uma melancia aberta e regada com
melado de cana.

Para que Ogun defenda uma casa de malefícios.
 
Uma faca de aço é colocada no fogo até que fique em brasa. Quando a lâmina da faca estiver acesa, pega-se,
coloca-se em cima de Ogun e derrama-se sobre ele azeite de dendê de forma que o azeite escorra sobre a
ferramenta do Orixá. Esta faca é embrulhada em pano vermelho junto com os seguintes ingredientes: 1 fava de ataré
inteira; 7 grãos de milho torrados; sete pedacinhos de coco seco e um pouco de uáji. Envolve-se tudo, inclusive a
faca, no pano vermelho e enrola-se, bem enrolado, com linha verde e linha azul. Somente a lâmina da faca deverá
ser enrolada pelo pano e pelas linhas, o que formará uma espécie de bainha. Este fetiche deverá permanecer atrás
da porta da casa e, todas as vezes em que Ogun comer, deverá ficar junto com ele, no igbá, durante todo o tempo do
orô e enquanto durar o preceito.


Para agradar Ogun:  

Pega-se 7 ovos de codorna, unta-se com azeite de dendê, mel de abelhas e pó de efun.
Coloca-se num prato de barro, espalha-se por cima fumo de rolo desfiado e molha-se com gin. Deixa-se diante de
Ogun durante sete dias com uma vela acesa. Despacha-se na mata.
 


Para evoluir ou obter uma graça.
  Pega-se uma melancia inteira, corta-se um quadradinho em forma de
cubo (sem abrir a fruta); separa-se o cubinho; escreve-se, em papel de embrulho, o que se deseja; coloca-se o papel
no buraco feito na melancia; tapa-se o buraco com o próprio pedaço extraído dali; arreia-se nos pés de Ogun,
deixando ali por 3 dias. Durante estes três dias, acende-se uma vela e pede-se a Ogun o que se deseja. Despacha-
se na linha do trem.

 

 Para obter proteção pessoal de Ogun. 
Deixar, durante 7 dias, um coco seco dentro do assentamento de
Ogun. No sétimo dia, retira-se o coco, quebra-se, retira-se a polpa, descasca-se, rala-se, espreme-se com um pano
branco e virgem. Ao sumo obtido acrescenta-se meio litro de leite de cabra, mistura-se num recipiente com água de
chuva e água de rio (meio a meio); acrescenta-se ainda: Um copo de água de coco verde; um copo de caldo de cana;
sete colheres de mel de abelhas e sete colheres de melado de cana. Mistura-se bem, e deixa-se o recipiente diante
de Ogun, por três horas, com uma vela acesa. Depois de decorridas as três horas, toma-se banho com o líqüido

"UM FILHO DE OGUM É O MELHOR AMIGO QUE SE PODE TER E O PIOR
INIMIGO QUE SE POSSA FAZER."


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